quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

King Kong (1933)

KING KONG (1933)

Navegando pelos canais da TV enquanto eu estava no PC sem fazer nada, me peguei no início de um filme em preto e branco no canal "TCM". Como eu adoro o canal, resolvi assistir ao filme, quando de repente falam o nome da personagem loira "Ann Darrow" e me dou conta de que estávamos na primeira versão do filme "King Kong", a de 1933! Por eu ter gostado do Remake, resolvi assistir


-MUITO BOM






SINOPSE: Um cinegrafista fracassado, em sua tentativa desesperada de fazer um best seller, contrata uma atriz recém desempregada chamada Ann Darrow e embarca em um navio fretado para a Ilha da Caveira. Lá, eles encontram uma tribo de nativos que veneram um gorila gigante, de nome Kong. Ann Darrow é seqüestrada e oferecida como sacrifício a Kong. Para recuperá-la, os tripulantes, o cinegrafista e o escritor do filme têm que enfrentar dinossauros, insetos gigantes e o próprio gorila, que se apaixonou pela atriz.

Talvez eu tenha sido injusto em colocar "muito bom" ao invés de imperdível, considerando ser um filme dos primórdios do cinema falado, além de ter sido absurdamente revolucionário para a época, chocando os espectadores que assistiam ao filme! Mas o tempo passa, os padrões mudam, e alguns detalhes que não deveriam passar despercebidos não deixaram o filme "Imperdível".

A primeira coisa que observamos no filme é a história. Considerando a época, ela é extremamente inovadora: Um ser "irracional" se apaixona por uma moça, cineastas fracassados indo a uma ilha de nativos para fazer um novo filme, etc. Fora que todas as cenas são importantes.Ele é mais um filme em que você não se cansa ao vê-lo, todos os 105 minutos do filme são ótimos de assistir.

Outro ponto são os efeitos, apesar de hoje serem "risíveis" e com certeza ser considerado "trash" para o público, para a época era algo de deixar de boca aberta: Dois monstros gigantes lutando, ou então o King Kong pisando em um dos nativos com aquele pé gigantesco, era algo incrível. As pessoas diziam "Como eles conseguiram fazer aquilo?!?!?!", por mais irreal que fosse.

O auge do filme são os minutos finais:

SPOILER (QUEM NÃO QUISER SABER, NÃO LEIA A PRÓXIMA SESSÃO)

A cena em que o King Kong carrega a moça nas mãos e leva-a para o topo do Empire States é incrível, e merece realmente ser eternizada na história do cinema. O King Kong com medo de que a Ann se machucasse, coloca-a em um lugar seguro e se agarra ao prédio do Empire States, até que os aviões finalmente conseguem machucá-lo suficiente para cair do prédio e morrer.

Essa cena além de criativa, é genial pela carga emocional que carrega. Faz com que as pessoas que assistam o filme fiquem muito tristes com um macaco gigante "irracional", que destruiría toda a cidade, chorem por ele. Dá uma pena absurda do Kong.

Os homens do filme tinham mania de comparar a história dos dois com a "Bela e a Fera", e no final do filme o cineasta que trouxe o Kong para Nova York diz "Não foram os aviões que mataram-no, foi a Bela... que matou a Fera!", uma frase marcante, e que deixa o final do filme com uma carga emocional mais forte ainda.

FIM DOS SPOILERS

Um ponto negativo a destacar é a atuação. Não que seja necessariamente ruim, mas as cenas dramáticas poderiam ter sido melhor "encenadas". A última frase do filme, que é para ser marcante, é dita de maneira sem graça, e sem passar emoções. No remake a expressão do ator passa uma carga emocional forte. É compreensível que na época não havia tantas técnicas de atuação para cinema, e o método Stanislavisks (considerado o maior teatrólogo do mundo, ele ensina que quanto mais próximo da realidade for a atuação, mais agradará o público) não tinha penetrado ainda a "sétima arte".

King Kong é um clássico do cinema, e inspirou os filmes e séries "Tokusatsus" japoneses. E o que é para ser um filme de efeitos especiais, acaba por ser um drama. Merecidamente é dito como um dos filmes mais influentes do cinema, e deve ser assistido por todos que não tem preconceito com filmes antigos, e que amam assistir a um filme que utilizava o máximo da capacidade da produção possível na época.

Assistam o Remake para ter uma imersão maior no filme.
E assista o original para saber porque o filme foi tão importante para a história do cinema.



Nenhum comentário:

Postar um comentário